Desde 16 de fevereiro, quem comanda a Segurança Pública do Rio de Janeiro é o general do Exército Walter Souza Braga Netto. Cercada de expectativa, a intervenção foi dada como único remédio para solucionar os problemas de Segurança no Estado do Rio. No entanto, além de um Comando apagado e resultados insignificantes, durante esses quatro meses a intervenção se parece mais como farsa do que algo realizado por pessoas que supostamente sabem o que estão fazendo. 👎
Pior é perceber que nada mudou, apesar do circo armado e mobilização de milhares de homens em operações midiáticas. Até agora, pouco se sabe sobre o assassinato de Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes. Um assassinato que se deu aliás nas proximidades do Gabinete de Intervenção, que fica no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na Cidade Nova.
Todas as vezes que o Exército se mobiliza para uma incursão, a bandidagem se move facilmente para outras favelas e cidades do interior, já que muitas dessas cidades não recebem nenhuma atenção quanto à segurança pública. A população continua refém. No dia 7 de junho, a Intervenção mobilizou mais de 5 mil homens fortemente armados em uma ação em favelas da Zona Oeste. No entanto, apesar do imenso aparato, o que conseguiram foram cinco menores apreendidos, 3 pistolas, uma granada, balas de fuzis e dois rádios transmissores. Ainda nessa mesma operação, um batedor do Exército morreu ao atropelar uma pessoa que também faleceu na Avenida Brasil.
Excesso de pirotecnia e pouco uso de inteligência, típico de operações forjadas para o espetáculo, mas com nível zero de eficácia no combate ao crime. Com a intervenção, o general Braga Netto assumiu o comando da Polícia Militar, da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros, além de responder diretamente ao Presidente da República. O interventor é então o todo poderoso da Segurança Pública, com autonomia para agir, mas parece que não sabe o que fazer para combater a imensa e capilarizada rede de criminalidade e corrupção envolvendo políticos, facções e milicianos. A população do Rio perdeu a tranquilidade. A audácia dos bandidos também não respeita a força policial. Em 2017, o ano acabou com 134 policiais militares assassinados. Até junho de 2018, 57 policiais já entraram nessa triste conta.
A intervenção, em suas cenas teatrais, mais se assemelha a uma ação improvisada, incapaz de implementar medidas estruturais para o combate ao crime no longo prazo. Se continuar nesse rumo, vai ser difícil evitar a desmoralização.
Presidente Miguel Cordeiro
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